Tamanha dor pedia um remédio forte.Uma solução radical. Perdera, ao mesmo tempo, amor e lembranças. O amor lhe dissera que não dava mais. Descutira. Por e-mail, é claro. Como convém a pessoas modernas e perfeitamente inseridas no contexto. As lembranças, repidamente destruídas por um vírus que colocou seu micro em coma. Sem amor. Sem lembranças. Vazia. Abriu a janela. Olhou, lá embaixo, a rua. Chovia. Tirou os sapatos. Soltou os cabelos. E tomou a decisão. Abriu a porta e foi andar na chuva. Descalça. Até ficar encharcada. Em paz. Quase feliz. Mária Maia
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