segunda-feira, 27 de julho de 2009

Go foward in reverse

Não sei explicar como foi exatamente que eu cheguei aqui onde eu tô agora. É um lugar feio e chato. É um estado de espírito em que me encontro. Nele eu tô deitada num sofá em total sedentarismo físico e mental. Existe a vontade de fazer coisas, de melhorar, de estar presente pras pessoas que gostam de mim e se preocupam comigo. Existe a vontade! Mas não existe a motivação, não existe o ato de levantar e ir fazer. Fica em mim uma sensação de que eu estou ficando pra trás, de que a vida está acontecendo sem mim e, o pior de tudo, eu tô consentindo. Estou sentada, numa cadeira confortável, só assistindo a vida passar bem na minha frente numa tela bem grande. É uma tela bem grande mesmo! Ela é enorme e ela tá apontando o dedo pra mim, tá me mostrando, me dizendo bem na minha cara pra eu levantar a bunda dessa cadeira, pular pra dentro da tela e viver! Ver a vida por outro lado, pelo lado de dentro! e olha só: eu vou aceitar o convite! Eu vou pular pra dentro! Talvez não hoje, nem amanhã, porque eu sei que nenhuma mudança é fácil, nem rápida, mas nesse exato momento eu tô, ainda com medo, levantando da cadeira. Baby steps. Mas já me sinto mais perto de segurar a mãe e me deixar ser puxada de volta pra minha vida.

Bem-vinda vida, pode entrar!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

dezoito de março

Uma solução radical
Tamanha dor pedia um remédio forte.Uma solução radical. Perdera, ao mesmo tempo, amor e lembranças. O amor lhe dissera que não dava mais. Descutira. Por e-mail, é claro. Como convém a pessoas modernas e perfeitamente inseridas no contexto. As lembranças, repidamente destruídas por um vírus que colocou seu micro em coma. Sem amor. Sem lembranças. Vazia. Abriu a janela. Olhou, lá embaixo, a rua. Chovia. Tirou os sapatos. Soltou os cabelos. E tomou a decisão. Abriu a porta e foi andar na chuva. Descalça. Até ficar encharcada. Em paz. Quase feliz. Mária Maia